segunda-feira, 19 de julho de 2010

virada de mesa

Ela voltou… A virada-de-mesa
seg, 19/07/10
por Emerson Gonçalves
categoria CBF, Futebol das Américas, Internacional - RS, São Paulo

Demorou, chegamos a pensar que estávamos livres dessa praga, mas, não teve jeito, ela voltou, essa velha conhecida do que há de pior na cartolagem de Pindorama, a virada-de-mesa.

Para não deixar barato, ela volta continental, mudando o regulamento da Copa Santander Libertadores de America na véspera de sua fase semi-final, algo que todo tocador de vuvuzela já sabia em Johannesburg e agora é oficial.

Que a CBF tenha sucumbido a ela não é de se estranhar, uma vez que a federação que cuida do futebol pindoramense guia-se por critérios pouco ortodoxos, digamos, em que vale mais a bronca em relação a um clube e a um dirigente do que o respeito aos regulamentos.
Causa estranheza, entretanto, o dar-de-ombro da federação continental.

Que a CONMEBOL não é a UEFA já sabemos há muito tempo, mas abrir mão com tanta facilidade do regulamento de sua competição de clubes mais importante, num momento em que busca-se o fair play em todo o futebol, nas mais diferentes áreas, é realmente um tanto quanto estranho.

Como de hábito, o processo dessa virada-de-mesa – que antecipa o registro de transferências internacionais de 3 de agosto para 20 de julho – teve início com a atuação do sindicato dos jogadores do estado do Rio Grande do Sul. Curiosamente, quase nunca se vê os sindicatos de jogadores na mídia defendendo a miríade de jogadores desconhecidos de times idem, ou atuando de maneira mais decisiva em prol de seus associados em questões de fato do interesse dos atletas, mas toda vez que há necessidade de armar alguma saída jurídica, pronto, lá está um sindicato à disposição.

É curioso notar o interesse da Federação Gaúcha no assunto, em prol de seu federado, o Internacional, e o total alheamento da Federação Paulista, apesar do tema ser de interesse de um de seus federados, o São Paulo.

Ah, sim, é verdade, esse clube é presidido por Juvenal Juvêncio, ora em rota de choque com a federação estadual e com a federação nacional. Está explicado.

Enfim, nada diferente do que nos acostumamos a ver no decorrer da história no Brasil do nobre esporte bretão que é o preferido das massas planetárias.

Nada diferente, também, do que sempre aconteceu em LatinoAmerica, onde o respeito às leis e regulamentos dá-se de acordo com o grau de interesse de quem comanda. Não é à toa que sabe o povo que manda quem pode, obedece quem tem juízo. Independentemente das leis e regulamentos.

Ou, para os amigos tudo, para os inimigos a lei, convenientemente alterada se necessário for.

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